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A nossa intervenção na XIII Assembleia de Organização do Sintel.

Boa tarde Camaradas.

O trabalho ainda há-de pedir contas ao capital, esse monstro impessoal enfartado de carne humana.

A imagem remete a Émile Zola, em Germinal, onde brilhantemente apontou os responsáveis pelas duras condições de vida a que eram sujeitos os mineiros de carvão no norte da França no século XIX.

Com diferenças evidentes, a formulação mantém a atualidade, perante a indiferença e exploração a que o ser humano é sujeito em muitas relações laborais.

Também nas tecnologias da informação e comunicação, os trabalhadores não escapam ao capital como força que tritura vidas humanas para sobreviver e lucrar.

Um sistema impessoal, explorador e insaciável, alimentado pelo sofrimento e trabalho de quem dele depende, não é estranho a muitos profissionais desta área — frequentemente apresentada com exotismo, tecnologia de ponta, empresas unicórnio e excêntricos nómadas digitais.

Assim não é.

Nesta área existem enormes diferenças salariais, onde num mesmo projeto se encontram pessoas a quem é feito sentir que estão em competição, separados em equipas e departamentos, que só fazem parte da mesma empresa nos eventos de sedução e deslumbre — para promover nas redes sociais como uma grande e feliz família.

Portugal tem excelentes profissionais em todas as áreas. As TIC não são excepção. Uns melhor remunerados e muitos longe disso, mas a maior parte sujeitos a uma pressão que certamente adiciona ao número de esgotamentos, que agora se denominam por “burnout”.

A inovação é veloz, mas também chega na forma de exploração. A chamada “digitalização da economia e da sociedade”, que tem aumentado a procura por profissionais de TIC, não os livrou da precariedade: contratos temporários, trabalho à peça, tarefas levadas para férias pela facilidade de conexão remota. A evolução tecnológica impõe atualização constante de competências. A competição tornou-se mais global, com pressão salarial vinda de empresas do mundo inteiro e projetos voláteis dependentes de financiamento incerto.

Neste vasto campo profissional, enquadram-se quase todas as atividades ligadas a sistemas informáticos: programação, redes, produção de plataformas digitais (sites, aplicações), conteúdos audiovisuais e marketing digital. São programadores, designers gráficos, editores de vídeo, redatores, fotógrafos, videógrafos — muitas vezes acumulando várias funções, com longas jornadas, sempre ligados.

Embora o trabalho remoto seja mais viável nessas funções, permitindo reduzir deslocações e melhorar a conciliação com a vida familiar, a sua execução é complexa: trata-se de um setor ainda pouco coberto pela ação política ou sindical, onde predominam ambiguidades legais e lacunas regulatórias, o que o torna vulnerável a abusos sem contestação.

Alicerçados nesta experiência, desde a última Assembleia do SIntel lançámos o comunit.pt — um boletim digital como ferramenta de contacto, complementado por cartazes e documentos distribuídos presencialmente.

O subsetor reúne-se com regularidade, ajustada à sua capacidade de realização.

Avançámos com a responsabilização de camaradas em tarefas como fundos, Festa do Avante! e imprensa partidária, com resultados relevantes na participação dos seus militantes nas iniciativas e tarefas do Partido.

Camaradas, A nossa principal tarefa é criar condições para que outros a venham a ter. Há sempre muito a fazer, e formar quadros é essencial ao Partido, sempre. Ninguém é insubstituível, todos são importantes. Podemos mesmo dizer que a militância no PCP é um contributo ao necessário.

Melhorámos na iniciativa com um debate sobre inteligência artificial e um convívio entre trabalhadores das TIC. Com algumas distribuições em empresas e melhor conhecimento da realidade, este é o espaço onde mais há a fazer — para começar a agir em tempo útil perante despedimentos coletivos e exploração laboral, cada vez mais frequentes na nossa área de intervenção no distrito do Porto.

Este subsetor regista um crescimento significativo de militantes, fruto de um potencial antes identificado. Aumenta a nossa responsabilidade.

Camaradas, Vivemos tempos estranhos, mas é neles que se criam as condições para o despertar da consciência política, para a revolta perante a injustiça e o sofrimento. É esse potencial humano que os comunistas se especializaram em reconhecer, organizar e transformar em consciência de classe, trazendo-o ao Partido e à luta.

Que viva o ideal Comunista!

Que vivam a JCP e o Partido Comunista Português!

A luta continua!

Cartaz da XIII Assembleia do Sector Intelectual do Porto

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Por tudo isto, é urgente e necessário lutar por melhores condições de trabalho no setor das Comunicações, Tecnologia e Marketing.

Se te identificas com o que aqui se diz, não estás sozinho.

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Foi com a participação de militantes e amigos do PCP ligados às profissões das tecnologias de informação e comunicação, que no sábado dia 7 Junho decorreu um convívio com churrasco no centro de trabalho do PCP, em Paranhos. A iniciativa permitiu conversar sobre a realidade do setor e do país, para melhor conhecer a situação profissional nas empresas no distrito e reforçar laços entre os presentes. Nesta tarde-noite muito animada pela amizade e valores de Abril, houve tempo para uma intervenção política, que reconheceu o momento exigente em que vivemos, com o crescimento eleitoral de forças que manipulam mentalidades e difundem ideias antidemocráticas que se alimentam do individualismo e egoísmo sociais — mas onde também se identificou o potencial existente para o despertar de consciências, sabedoras que é precisamente nestes momentos em que se torna necessário ganhar forças para lutar por uma sociedade mais justa, livre da exploração, do racismo e da guerra.

Frango a assar num grelhador

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No passado dia 14 decorreu, na livraria UNICEPE, um debate organizado pelo Sector Intelectual do Porto do PCP, sobre o impacto da crescente adopção de ferramentas de automação e “Inteligência Artificial” na vida e no trabalho. A mesa contou com a presença de Rogério Reis (professor universitário) e João Ferreira (advogado) que lançaram a discussão.

Foi referida a importância da inovação tecnológica para o desenvolvimento civilizacional, como foi no passado a Revolução Industrial, mas também a forma como o Capitalismo está a deturpar o seu uso de forma a maximizar a mais-valia. O debate evidenciou como está má utilização dos avanços tecnológicos tem-se traduzido no aumento dos mecanismos de controlo, exploração e isolamentos dos trabalhadores, da desinformação, da recolha massiva de dados pessoais e da desresponsabilização da tomada de decisões em contextos laborais, médicos ou militares. A iniciativa contou com um público formado por mais de 50 pessoas.

Um grupo de pessoas assistem a um debate sobre inteligência artificial

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No próximo dia 14 de março às 18h30, o Sector Intelectual do Porto do PCP vai promover um debate sobre o impacto da crescente adoção de ferramentas de automação e “Inteligência Artificial” na vida e no trabalho.

A iniciativa, que decorrerá na livraria UNICEPE, contará com a presença de Rogério Reis (professor universitário) e de João Ferreira (advogado).

🗓️ 14 de Março 18h30

📍 Livraria UNICEPE (Praça de Carlos Alberto 128 A no Porto)

Cartaz de apresentação do debate Algoritmo: O novo patrão?

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De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), até janeiro de 2022, havia cerca de 220 mil pessoas a trabalhar na área das tecnologias de informação e comunicação (TIC) em Portugal.

Desde então, tudo indica que este número cresceu significativamente, impulsionado pela demanda crescente por serviços e produtos digitais. Esse crescimento é notório em diversas áreas como desenvolvimento de software, análise de dados, cibersegurança, infraestrutura de rede informática, desenvolvimento web, design e multimédia, publicidade e marketing digital. A expansão do setor TIC não só reforça a economia no desenvolvimento de produtos digitais, mas também pode promover a inovação e a eficiência em outros setores, como a saúde, finanças, educação, turismo, entre outros. Tudo depende se é colocada ao serviço das pessoas e da sua qualidade de vida, ou, se por outro lado, o seu potencial é tornado refém de interesses corporativos e individuais.

A interligação das TIC com outros setores económicos pode ser crucial para a modernização e aumento de eficiência. Por exemplo, na área da saúde, a telemedicina e a análise de big data podem contribuir para o atendimento ao paciente e para a investigação médica. No setor financeiro, as transações são cada vez mais rápidas e seguras, embora a literacia digital apresente desafios geracionais, que importa apoiar e disponibilizar a uma parte da população, não acabando com outras formas físicas para realizar pagamentos.

Na educação, as plataformas de e-learning têm democratizado o acesso ao conhecimento, permitindo que pessoas de todas as idades e origens possam aprender de qualquer lugar.

A inovação é rápida, mas também chega na forma de exploração. A chamada de “digitalização da economia e da sociedade”, que tem impulsionado a necessidade de profissionais especializados em TIC, não os livrou da precariedade no trabalho. Este problema manifesta-se nas TIC na forma de contratos de trabalho temporários, trabalho a tempo parcial involuntário, baixos salários, falta de pausas, trabalho que os acompanha para as férias por ser possível ligarem-se remotamente, entre outros.

A precariedade no setor TIC é também resultado da rápida evolução tecnológica, que exige constante atualização de habilidades, a competição realizar-se a nível global, com pressão salarial de empresas de todo o mundo e a natureza volátil de muitos projetos de tecnologia que frequentemente dependem de financiamento instável. Mas em alguns países, quando comparado com a média salarial portuguesa — melhores salários também existem. Então, porque parece esta competição, em tantos casos, empurrar os salários para baixo? Podemos admitir que nem tudo é lei da concorrência.

Ao mesmo tempo que em algumas empresas deste setor, sobretudo as ligadas ao desenvolvimento de software, alguns salários são, realmente, superiores à média nacional, também é verdade que fortes investimentos internacionais são apátridas, fugindo facilmente para o outro lado do mundo, mesmo após usufruir de investimento públicos, nomeadamente ao nível da canção de infra-estruturas e benefícios fiscais.

No distrito do Porto, empresas como a Adidas (Maia) e a Farfech (Matosinhos), ainda muito recentemente — despediram centenas de trabalhadores, revelando a fragilidade de um setor que algumas vezes se apresenta como o criador de “empresas unicórnio” e gerador de milhões, que depois se esvanecem, deixando um rasto de desemprego e desilusão.

Além disso, o crescimento das plataformas de freelancing e economia gig (que opera com base em plataformas que servem de intermediário entre o prestador de serviços e o cliente final) tem contribuído para a insegurança laboral, onde muitos profissionais trabalham sem contratos formais ou garantias de estabilidade.

Para mitigar esses problemas, várias medidas podem ser consideradas. Em primeiro lugar, é fundamental a implementação de políticas públicas que incentivem a formalização do trabalho e ofereçam proteção social aos trabalhadores das TIC. Isso inclui a criação de legislação que assegure condições de trabalho justas e benefícios para trabalhadores independentes. Em segundo lugar, as empresas devem adotar práticas de recursos humanos que valorizem e retenham talentos, oferecendo oportunidades de desenvolvimento profissional contínuo e planos de carreira claros. Por último, a educação e a formação contínua devem ser uma prioridade, com investimentos em programas de requalificação e atualização de habilidades que acompanhem as mudanças tecnológicas.

A evolução do setor TIC em Portugal representa uma oportunidade para o desenvolvimento económico e social do país. No entanto, é crucial que essa evolução seja acompanhada de esforços para garantir condições de trabalho dignas e justas para todos os trabalhadores envolvidos, também de modo a construir uma economia justa e sustentável.

Um homem sentado ao computador, num escritório vazio e mal iluminado, com a luz do monitor a reflectir na sua cara. No canto inferior direito da imagem, está escrita a palavra GROK, referente à ferramenta de inteligência artificial com o mesmo nome.

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O avanço da tecnologia implicou o surgimento de novas profissões que, por vezes, parecem isoladas dos trabalhos mais “tradicionais” e nem sempre são compreendidas. Tais profissões, contudo, têm desafios e demandas laborais próprias que mostram a necessidade de uma luta organizada para que os direitos dos trabalhadores deste setor não sejam deixados para trás na corrida do avanço tecnológico.

Denunciamos a extorsão das consultoras de recrutamento, que retêm uma parte substancial do salário dos trabalhadores — que poderiam e deveriam receber integralmente a remuneração pelo seu trabalho caso a empresa assumisse as responsabilidades.

Denunciamos a precariedade propagandeada como “empreendedorismo”, na qual trabalhadores são contratados a recibos verdes, embora tenham os mesmos horários, responsabilidades e exigências que trabalhadores efetivos, apenas com menos segurança no seu vínculo laboral e menos garantias.

Denunciamos as plataformas digitais que licitam o valor do nosso trabalho como num leilão, onde o trabalho “por peça” é apresentado como uma ideia de liberdade, quando na verdade significa falta de compromisso por parte do empregador e falta de direitos para o trabalhador.

Denunciamos a terceirização e a subcontratação, práticas generalizadas no setor das tecnologias, que criam um poço sem fundo de exploração, no qual todos trabalham e contribuem igualmente, mas nem todos têm os mesmos direitos e remuneração.

Denunciamos a carga mental que transforma o turno de 8 horas num trabalho “24/7”, pois estar sempre atento às notificações, comentários e redes da empresa faz com que nunca seja possível “desligar” efetivamente do trabalho e manter o seu espaço pessoal. Com mais tecnologia, em vez de trabalharmos menos horas, trabalhamos mais.

Denunciamos os despedimentos em massa, glamorizados e justificados nas redes sociais, muitas vezes motivados não por déficit orçamental das empresas, mas sim por uma estratégia de excesso de contratações para manipular o mercado e evitar que “talentos” sejam contratados pela concorrência — tal como a criação de um exército industrial de reserva. São os nossos empregos, as nossas vidas, as nossas famílias — não somos marionetes para o plano de negócios corporativo!

Denunciamos a exploração disfarçada sob o eufemismo de “vestir a camisola”. Pedir pizza à meia-noite não compensa as horas extras de trabalho; aquele “team building” forçado que ocupa o teu tempo pessoal e o teu fim de semana sem remuneração e serve apenas para promover a empresa nas redes sociais; porque aquela consola na parede, que ninguém usa, não compensa a falta de direitos caso decidas ter filhos; porque as iniciativas de “diversidade” e “sustentabilidade” não passam de fachada para manter os trabalhadores ocupados com a imagem e publicidade da empresa, afastando-nos da luta organizada que realmente defende os nossos interesses e leva a cabo a transformação política.

Denunciamos que em Portugal existem profissionais ao melhor nível do mundo, mas mal pagos ou a baixo preço quando comparado com outros países.

Logótipo do Comunit

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