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Nos passados 29 e 30 de Outubro, e 5 de Novembro, camaradas do sector das TIC estiveram presentes nos locais de trabalho das empresas Sage, Natixis e Blip, respectivamente, em acções de distribuição de folhetos informativos sobre o pacote laboral, anunciado pelo actual governo, e o ataque que este pacote representa para os direitos dos trabalhadores.

Estas iniciativas tiveram uma boa recepção e os folhetos foram distribuídos na sua totalidade. Os trabalhadores das empresas referidas revelaram interesse, abertura para o diálogo e preocupação com os seus direitos fundamentais, sendo o pacote um passo adicional na erosão destes mesmos direitos.

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Por tudo isto, é urgente e necessário lutar por melhores condições de trabalho no setor das Comunicações, Tecnologia e Marketing.

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O Marketing em Portugal

A área de Marketing é relativamente nova em comparação com outras profissões e notavelmente mais dinâmica, dado que está sempre à procura de novas tecnologias e tendências para magicar a próxima “inovação”. É este dinamismo que cria os variadíssimos títulos de “Especialista de Marketing”, “Analista de Dados”, “Consultor Comercial”, “Social Media Manager”, que proliferam em redes como o Linkedin e também nos sites de emprego.

Em Portugal, é só após a entrada para a União Europeia que este sector começa a ganhar forma e tração, dada a liberalização de mercado, crescentes privatizações e, consequentemente, a necessidade das empresas de estimular o consumo e o “branding” face a um Estado que é gradativamente atacado e flexibilizado para favorecer a banca e os setores privados como companhias de seguro, imobiliárias, escolas e hospitais privados, entre outros segmentos. Desta maneira, é só após os anos 90 que surge a figura dos profissionais de Marketing, sendo criada na mesma década a atual Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing (APPM).

Com o amplo acesso à internet e às tecnologias móveis (smartphones, portáteis, tablets), esta profissão popularizou-se de tal modo que, nos últimos anos, a procura por este profissional intensifica-se e a profissão de “marketeer” é vendida como uma espécie de “saída mágica” para obter rendimentos decentes num mercado de trabalho que não valoriza e não emprega a mão de obra altamente qualificada que se fomentou no país após a revolução de Abril em 74. O “Cheque Formação +Digital” financiado pelo governo é a prova do estímulo crescente a esta área, que lentamente vai ficando saturada, baixando salários e aumentando a precariedade.

Como é que isto acontece e o que os trabalhadores podem fazer para combater a precariedade?

Especialistas altamente… isolados

“Analista”, “Publicitário”, “Designer”, “Especialista em Comunicação”, “Consultor Comercial”… É nesta diversidade de títulos e “especializações” que reside o primeiro problema por trás da precariedade desta ocupação: o isolamento.

Tipicamente, uma equipa de marketing nas empresas – quer em agências, consultorias ou “in-house” – costuma ser composta de uma série de marketeers com especializações diferentes. Por exemplo, uma agência de marketing digital terá um Especialista em Conteúdo, um Coordenador de SEO, um Gerente de SEA, um Analista de Dados e assim por diante. Neste cenário, cada profissional não se vê como parte de uma classe, mas como um segmento de uma profissão específica que interage, mas não é “igual” às demais.

A atomização do indivíduo está intrinsecamente ligada à lógica neoliberal, que procura fragmentar o colectivo e enfraquecer os laços de solidariedade entre os trabalhadores. Esta ideologia promove o isolamento e a competição individualizada, obscurecendo a consciência de classe e impedindo que os trabalhadores se reconheçam como parte integrante da sua Classe: a Classe Trabalhadora.

A consequência dessa percepção, uma verdadeira “propaganda” dos patrões, é que, obviamente, não faz sentido sequer imaginar uma possível sindicalização dos profissionais, visto que são de áreas tão “diferentes”.

O ambiente manipulador e tóxico no trabalho é uma queixa comum, especialmente entre profissionais de TI em consultorias e profissionais de comunicação e marketing em agências. As horas extras não remuneradas travestidas de “vestir a camisola”, pagas com “pizza” à meia-noite (que não pagam a renda da casa nem recuperam o tempo de lazer perdido que poderiam ser dedicados à família, aos amigos ou a um hobby do trabalhador) e saquetas de chá de camomila no “Dia da Saúde Mental” são já velhos conhecidos dos profissionais da área.

Em cima disso, adicione-se ainda a falsa “liberdade” e “flexibilidade” que mais não é do que precariedade: vende-se a ideia de que é possível saltar de ano em ano de uma empresa para outra (“job hopping”, na linguagem corporativa) para conseguir aumentos de salários. Sendo assim, por que um trabalhador consideraria sindicalizar-se com seus pares para denunciar os abusos, as horas não pagas, o assédio moral, os almoços de 30 minutos, quando podem apenas… trocar de emprego facilmente?

A outra face deste isolamento é o trabalho autónomo a recibos verdes, altamente referido na área das TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) como uma possibilidade maravilhosa. Afinal, nenhum trabalhador fica sem emprego: se for despedido ou quiser despedir-se, pode sempre ser “o seu próprio patrão”. O trabalho autónomo, é claro, não responde às necessidades por direitos laborais e segurança básica necessários para a vida comum: licença parental, segurança social, férias, horas extras. Tudo isto é “à moda da casa” e assegurado pelo próprio trabalhador.

A Associação que não defende os profissionais de marketing

Neste contexto de isolamento, precarização e segmentação forçada da classe trabalhadora da comunicação e marketing, não é surpreendente que a representatividade institucional seja, no mínimo, pífia. A única estrutura formalmente reconhecida para os profissionais da área é a Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing (APPM), cujo papel tem sido mais o de “relações públicas” do patronato do que de escudo protetor dos trabalhadores.

Enquanto os sindicatos tradicionais em Portugal lutam por aumentos salariais, melhores condições de trabalho e proteção jurídica, a APPM limita-se a organizar conferências patrocinadas por grandes empresas, publicar estudos de tendências de consumo e marketing e emitir distinções e prémios que, no fundo, servem como reforço simbólico da falsa retórica meritocrática que legitima a exploração de quem “não veste a camisola com paixão suficiente”.

Esta associação, fundada em plena década de 1990, coincidindo com a crescente penetração do neoliberalismo em Portugal, nunca teve um papel reivindicativo, nunca foi palco de greves, nem sequer deu resposta ao tsunami de precariedade que afetou a profissão nos anos pós-troika (2011-2014). De acordo com dados da Pordata, houve um aumento significativo no número de trabalhadores “autónomos” com educação superior, passando de cerca de 53,7 mil em 1998 para 207,7 mil em 2023, um claro reflexo da precarização causada pelas políticas impostas pela austeridade, sem que a APPM tivesse emitido uma única nota pública de denúncia ou protesto.

A falência dessa “representação” deixa os trabalhadores da área em um verdadeiro limbo: não se veem enquanto classe, não se sentem parte de uma coletividade com interesses comuns, e não contam com qualquer estrutura formal de luta — um terreno fértil para a desmobilização e para a captura ideológica pelo discurso empreendedorista.

Por outro lado, há dados concretos - em Portugal e no mundo todo - de que a luta sindical se traduz em melhores condições para os trabalhadores. Estudos do Banco de Portugal, reportados em 2013, indicam que trabalhadores em empresas com alta sindicalização recebem, em média, 30% a 31,6% mais em comparação a trabalhadores não sindicalizados, mesmo segmentando por setor, ambiente e características semelhantes (fontes: Notícias ao Minuto, The Guardian). Mesmo assim, em Portugal, apenas cerca de 38% dos trabalhadores são sindicalizados — e se considerarmos a falta de sindicalização na área do Marketing, Comunicação e Tecnologia, percebemos quanta força perdemos, enquanto trabalhadores, para impactar e mudar este cenário.

Mulheres e migrantes primeiro

Como tudo na sociedade capitalista, a pirâmide social é construída de forma que pisemos uns sobre os pescoços dos outros. O fundo do poço quase sempre se mostra ainda mais fundo do que pensávamos. Aqui, como nas outras áreas, a precariedade e o isolamento profissional afetam de forma desproporcional mulheres e migrantes também nesta área. Apesar de as mulheres representarem cerca de 70% dos profissionais na área da comunicação, apenas 40% ocupam cargos de liderança e gestão, evidenciando uma disparidade significativa na progressão de carreira (fonte: Marketeer).

Não fosse o bastante, estudos indicam que, nos níveis de gestão executiva e administração, as mulheres recebem em média menos 29% do que os homens, e ao nível de outros trabalhadores seniores, recebem em média menos 11% (fonte: eco.sapo.pt). Por fim, 41% das e dos trabalhadores responsáveis por cuidados de algum familiar acreditam que “a situação familiar dificulta a carreira na sua empresa”.

No que diz respeito aos migrantes, há relatos de práticas laborais exploratórias por parte de algumas consultoras e agências em Portugal. É relatado por profissionais da área que certas empresas recrutam no Brasil profissionais qualificados, prometendo salários elevados e uma qualidade de vida superior, mas, ao chegarem, os trabalhadores deparam-se com contratos em que uma percentagem significativa do seu salário é retida pela empresa durante um período prolongado.

O fato destes profissionais desconhecerem o custo de vida em Portugal e não terem rede de apoio torna-os um elo frágil nesta negociação, mostrando que as propostas “maravilhosas” são, na verdade, manipulativas por princípio. É um trabalhador que aceita salários abaixo do que deveria ser o praticado na área e que se mantém no emprego pelo vínculo e pela falta de rede de apoio no país.

Estas práticas não só perpetuam a desigualdade e a exploração, como também dificultam a organização coletiva e a luta por melhores condições de trabalho. É essencial reconhecer e combater estas injustiças para promover um ambiente laboral mais justo e equitativo para todos os profissionais do setor.

Organizar para resistir

O cenário não é bonito, mas nem tudo está perdido. A história do movimento operário mostra que a consciência de classe nasce da experiência direta de exploração, da partilha de queixas e da constatação coletiva de que, individualmente, nada muda. Os profissionais de comunicação e marketing não são exceção. A explosão de grupos informais em redes sociais, fóruns e comunidades digitais que discutem burnout, precariedade, assédio moral e baixos salários é sintoma de uma insatisfação latente. O que falta é organização política.

Criar um sindicato específico da área ou, em alternativa, integrar coletivamente um sindicato já existente com uma comissão dedicada ao setor, são passos urgentes. O Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT) ou o Sindicato dos Trabalhadores de Escritório, Comércio e Serviços (CESP) podem ser pontos de partida para essa articulação.

A lição de Marx permanece atual: “os trabalhadores não têm nada a perder a não ser os seus grilhões”. É hora de reconhecer que não somos freelancers por vocação, nem especialistas por talento inato — somos trabalhadores empurrados para a competição uns com os outros, para a fragmentação e para a autoexploração.

Junta-te ao Comunit para travar a precariedade e a exploração dos trabalhadores nas áreas de Tecnologia, Comunicação e Marketing em Portugal. Só juntos poderemos transformar esta realidade”

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A nossa intervenção na XIII Assembleia de Organização do Sintel.

Boa tarde Camaradas.

O trabalho ainda há-de pedir contas ao capital, esse monstro impessoal enfartado de carne humana.

A imagem remete a Émile Zola, em Germinal, onde brilhantemente apontou os responsáveis pelas duras condições de vida a que eram sujeitos os mineiros de carvão no norte da França no século XIX.

Com diferenças evidentes, a formulação mantém a atualidade, perante a indiferença e exploração a que o ser humano é sujeito em muitas relações laborais.

Também nas tecnologias da informação e comunicação, os trabalhadores não escapam ao capital como força que tritura vidas humanas para sobreviver e lucrar.

Um sistema impessoal, explorador e insaciável, alimentado pelo sofrimento e trabalho de quem dele depende, não é estranho a muitos profissionais desta área — frequentemente apresentada com exotismo, tecnologia de ponta, empresas unicórnio e excêntricos nómadas digitais.

Assim não é.

Nesta área existem enormes diferenças salariais, onde num mesmo projeto se encontram pessoas a quem é feito sentir que estão em competição, separados em equipas e departamentos, que só fazem parte da mesma empresa nos eventos de sedução e deslumbre — para promover nas redes sociais como uma grande e feliz família.

Portugal tem excelentes profissionais em todas as áreas. As TIC não são excepção. Uns melhor remunerados e muitos longe disso, mas a maior parte sujeitos a uma pressão que certamente adiciona ao número de esgotamentos, que agora se denominam por “burnout”.

A inovação é veloz, mas também chega na forma de exploração. A chamada “digitalização da economia e da sociedade”, que tem aumentado a procura por profissionais de TIC, não os livrou da precariedade: contratos temporários, trabalho à peça, tarefas levadas para férias pela facilidade de conexão remota. A evolução tecnológica impõe atualização constante de competências. A competição tornou-se mais global, com pressão salarial vinda de empresas do mundo inteiro e projetos voláteis dependentes de financiamento incerto.

Neste vasto campo profissional, enquadram-se quase todas as atividades ligadas a sistemas informáticos: programação, redes, produção de plataformas digitais (sites, aplicações), conteúdos audiovisuais e marketing digital. São programadores, designers gráficos, editores de vídeo, redatores, fotógrafos, videógrafos — muitas vezes acumulando várias funções, com longas jornadas, sempre ligados.

Embora o trabalho remoto seja mais viável nessas funções, permitindo reduzir deslocações e melhorar a conciliação com a vida familiar, a sua execução é complexa: trata-se de um setor ainda pouco coberto pela ação política ou sindical, onde predominam ambiguidades legais e lacunas regulatórias, o que o torna vulnerável a abusos sem contestação.

Alicerçados nesta experiência, desde a última Assembleia do SIntel lançámos o comunit.pt — um boletim digital como ferramenta de contacto, complementado por cartazes e documentos distribuídos presencialmente.

O subsetor reúne-se com regularidade, ajustada à sua capacidade de realização.

Avançámos com a responsabilização de camaradas em tarefas como fundos, Festa do Avante! e imprensa partidária, com resultados relevantes na participação dos seus militantes nas iniciativas e tarefas do Partido.

Camaradas, A nossa principal tarefa é criar condições para que outros a venham a ter. Há sempre muito a fazer, e formar quadros é essencial ao Partido, sempre. Ninguém é insubstituível, todos são importantes. Podemos mesmo dizer que a militância no PCP é um contributo ao necessário.

Melhorámos na iniciativa com um debate sobre inteligência artificial e um convívio entre trabalhadores das TIC. Com algumas distribuições em empresas e melhor conhecimento da realidade, este é o espaço onde mais há a fazer — para começar a agir em tempo útil perante despedimentos coletivos e exploração laboral, cada vez mais frequentes na nossa área de intervenção no distrito do Porto.

Este subsetor regista um crescimento significativo de militantes, fruto de um potencial antes identificado. Aumenta a nossa responsabilidade.

Camaradas, Vivemos tempos estranhos, mas é neles que se criam as condições para o despertar da consciência política, para a revolta perante a injustiça e o sofrimento. É esse potencial humano que os comunistas se especializaram em reconhecer, organizar e transformar em consciência de classe, trazendo-o ao Partido e à luta.

Que viva o ideal Comunista!

Que vivam a JCP e o Partido Comunista Português!

A luta continua!

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Foi com a participação de militantes e amigos do PCP ligados às profissões das tecnologias de informação e comunicação, que no sábado dia 7 Junho decorreu um convívio com churrasco no centro de trabalho do PCP, em Paranhos. A iniciativa permitiu conversar sobre a realidade do setor e do país, para melhor conhecer a situação profissional nas empresas no distrito e reforçar laços entre os presentes. Nesta tarde-noite muito animada pela amizade e valores de Abril, houve tempo para uma intervenção política, que reconheceu o momento exigente em que vivemos, com o crescimento eleitoral de forças que manipulam mentalidades e difundem ideias antidemocráticas que se alimentam do individualismo e egoísmo sociais — mas onde também se identificou o potencial existente para o despertar de consciências, sabedoras que é precisamente nestes momentos em que se torna necessário ganhar forças para lutar por uma sociedade mais justa, livre da exploração, do racismo e da guerra.

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No passado dia 14 decorreu, na livraria UNICEPE, um debate organizado pelo Sector Intelectual do Porto do PCP, sobre o impacto da crescente adopção de ferramentas de automação e “Inteligência Artificial” na vida e no trabalho. A mesa contou com a presença de Rogério Reis (professor universitário) e João Ferreira (advogado) que lançaram a discussão.

Foi referida a importância da inovação tecnológica para o desenvolvimento civilizacional, como foi no passado a Revolução Industrial, mas também a forma como o Capitalismo está a deturpar o seu uso de forma a maximizar a mais-valia. O debate evidenciou como está má utilização dos avanços tecnológicos tem-se traduzido no aumento dos mecanismos de controlo, exploração e isolamentos dos trabalhadores, da desinformação, da recolha massiva de dados pessoais e da desresponsabilização da tomada de decisões em contextos laborais, médicos ou militares. A iniciativa contou com um público formado por mais de 50 pessoas.

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No próximo dia 14 de março às 18h30, o Sector Intelectual do Porto do PCP vai promover um debate sobre o impacto da crescente adoção de ferramentas de automação e “Inteligência Artificial” na vida e no trabalho.

A iniciativa, que decorrerá na livraria UNICEPE, contará com a presença de Rogério Reis (professor universitário) e de João Ferreira (advogado).

🗓️ 14 de Março 18h30

📍 Livraria UNICEPE (Praça de Carlos Alberto 128 A no Porto)

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De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), até janeiro de 2022, havia cerca de 220 mil pessoas a trabalhar na área das tecnologias de informação e comunicação (TIC) em Portugal.

Desde então, tudo indica que este número cresceu significativamente, impulsionado pela demanda crescente por serviços e produtos digitais. Esse crescimento é notório em diversas áreas como desenvolvimento de software, análise de dados, cibersegurança, infraestrutura de rede informática, desenvolvimento web, design e multimédia, publicidade e marketing digital. A expansão do setor TIC não só reforça a economia no desenvolvimento de produtos digitais, mas também pode promover a inovação e a eficiência em outros setores, como a saúde, finanças, educação, turismo, entre outros. Tudo depende se é colocada ao serviço das pessoas e da sua qualidade de vida, ou, se por outro lado, o seu potencial é tornado refém de interesses corporativos e individuais.

A interligação das TIC com outros setores económicos pode ser crucial para a modernização e aumento de eficiência. Por exemplo, na área da saúde, a telemedicina e a análise de big data podem contribuir para o atendimento ao paciente e para a investigação médica. No setor financeiro, as transações são cada vez mais rápidas e seguras, embora a literacia digital apresente desafios geracionais, que importa apoiar e disponibilizar a uma parte da população, não acabando com outras formas físicas para realizar pagamentos.

Na educação, as plataformas de e-learning têm democratizado o acesso ao conhecimento, permitindo que pessoas de todas as idades e origens possam aprender de qualquer lugar.

A inovação é rápida, mas também chega na forma de exploração. A chamada de “digitalização da economia e da sociedade”, que tem impulsionado a necessidade de profissionais especializados em TIC, não os livrou da precariedade no trabalho. Este problema manifesta-se nas TIC na forma de contratos de trabalho temporários, trabalho a tempo parcial involuntário, baixos salários, falta de pausas, trabalho que os acompanha para as férias por ser possível ligarem-se remotamente, entre outros.

A precariedade no setor TIC é também resultado da rápida evolução tecnológica, que exige constante atualização de habilidades, a competição realizar-se a nível global, com pressão salarial de empresas de todo o mundo e a natureza volátil de muitos projetos de tecnologia que frequentemente dependem de financiamento instável. Mas em alguns países, quando comparado com a média salarial portuguesa — melhores salários também existem. Então, porque parece esta competição, em tantos casos, empurrar os salários para baixo? Podemos admitir que nem tudo é lei da concorrência.

Ao mesmo tempo que em algumas empresas deste setor, sobretudo as ligadas ao desenvolvimento de software, alguns salários são, realmente, superiores à média nacional, também é verdade que fortes investimentos internacionais são apátridas, fugindo facilmente para o outro lado do mundo, mesmo após usufruir de investimento públicos, nomeadamente ao nível da canção de infra-estruturas e benefícios fiscais.

No distrito do Porto, empresas como a Adidas (Maia) e a Farfech (Matosinhos), ainda muito recentemente — despediram centenas de trabalhadores, revelando a fragilidade de um setor que algumas vezes se apresenta como o criador de “empresas unicórnio” e gerador de milhões, que depois se esvanecem, deixando um rasto de desemprego e desilusão.

Além disso, o crescimento das plataformas de freelancing e economia gig (que opera com base em plataformas que servem de intermediário entre o prestador de serviços e o cliente final) tem contribuído para a insegurança laboral, onde muitos profissionais trabalham sem contratos formais ou garantias de estabilidade.

Para mitigar esses problemas, várias medidas podem ser consideradas. Em primeiro lugar, é fundamental a implementação de políticas públicas que incentivem a formalização do trabalho e ofereçam proteção social aos trabalhadores das TIC. Isso inclui a criação de legislação que assegure condições de trabalho justas e benefícios para trabalhadores independentes. Em segundo lugar, as empresas devem adotar práticas de recursos humanos que valorizem e retenham talentos, oferecendo oportunidades de desenvolvimento profissional contínuo e planos de carreira claros. Por último, a educação e a formação contínua devem ser uma prioridade, com investimentos em programas de requalificação e atualização de habilidades que acompanhem as mudanças tecnológicas.

A evolução do setor TIC em Portugal representa uma oportunidade para o desenvolvimento económico e social do país. No entanto, é crucial que essa evolução seja acompanhada de esforços para garantir condições de trabalho dignas e justas para todos os trabalhadores envolvidos, também de modo a construir uma economia justa e sustentável.

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O avanço da tecnologia implicou o surgimento de novas profissões que, por vezes, parecem isoladas dos trabalhos mais “tradicionais” e nem sempre são compreendidas. Tais profissões, contudo, têm desafios e demandas laborais próprias que mostram a necessidade de uma luta organizada para que os direitos dos trabalhadores deste setor não sejam deixados para trás na corrida do avanço tecnológico.

Denunciamos a extorsão das consultoras de recrutamento, que retêm uma parte substancial do salário dos trabalhadores — que poderiam e deveriam receber integralmente a remuneração pelo seu trabalho caso a empresa assumisse as responsabilidades.

Denunciamos a precariedade propagandeada como “empreendedorismo”, na qual trabalhadores são contratados a recibos verdes, embora tenham os mesmos horários, responsabilidades e exigências que trabalhadores efetivos, apenas com menos segurança no seu vínculo laboral e menos garantias.

Denunciamos as plataformas digitais que licitam o valor do nosso trabalho como num leilão, onde o trabalho “por peça” é apresentado como uma ideia de liberdade, quando na verdade significa falta de compromisso por parte do empregador e falta de direitos para o trabalhador.

Denunciamos a terceirização e a subcontratação, práticas generalizadas no setor das tecnologias, que criam um poço sem fundo de exploração, no qual todos trabalham e contribuem igualmente, mas nem todos têm os mesmos direitos e remuneração.

Denunciamos a carga mental que transforma o turno de 8 horas num trabalho “24/7”, pois estar sempre atento às notificações, comentários e redes da empresa faz com que nunca seja possível “desligar” efetivamente do trabalho e manter o seu espaço pessoal. Com mais tecnologia, em vez de trabalharmos menos horas, trabalhamos mais.

Denunciamos os despedimentos em massa, glamorizados e justificados nas redes sociais, muitas vezes motivados não por déficit orçamental das empresas, mas sim por uma estratégia de excesso de contratações para manipular o mercado e evitar que “talentos” sejam contratados pela concorrência — tal como a criação de um exército industrial de reserva. São os nossos empregos, as nossas vidas, as nossas famílias — não somos marionetes para o plano de negócios corporativo!

Denunciamos a exploração disfarçada sob o eufemismo de “vestir a camisola”. Pedir pizza à meia-noite não compensa as horas extras de trabalho; aquele “team building” forçado que ocupa o teu tempo pessoal e o teu fim de semana sem remuneração e serve apenas para promover a empresa nas redes sociais; porque aquela consola na parede, que ninguém usa, não compensa a falta de direitos caso decidas ter filhos; porque as iniciativas de “diversidade” e “sustentabilidade” não passam de fachada para manter os trabalhadores ocupados com a imagem e publicidade da empresa, afastando-nos da luta organizada que realmente defende os nossos interesses e leva a cabo a transformação política.

Denunciamos que em Portugal existem profissionais ao melhor nível do mundo, mas mal pagos ou a baixo preço quando comparado com outros países.

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